"O ensinamento fundamental dos místicos do Tibet consiste em que compreendamos que o mundo e todos os fenômenos que se nos deparam são somente espelhismos em nossa imaginação. Nirvana é a ausência de toda crença, de toda imaginação, é a cessação da atividade que cria os espelhismos".
Tsong-Kha-Pa
Sempre me chamou muita atenção esse tipo de alcance dentro da espiritualidade oriental. O céu seria, então, a ausência de crença, imaginação e atividade, olha só!! É difícil aceitarmos, sequer imaginarmos, que deus é uma espécie de "nada" - o Grande Vazio, como chamam algumas correntes filosóficas.
Mas vamos pensar assim: a fonte cósmica que gerou todo universo é o princípio criador, aquilo que sempre "É", que nunca foi criado e que nunca vai acabar. É a força animadora primordial imanifestada que se converte em suas criaturas. O poder do Uno e o verso de suas criaturas, o UniVerso.
E nós, que estamos manifestados, cada um de nós é uma sagrada Parte, e ao morrer deixamos de ser essa Parte e voltamos ao Todo. Mas esse Todo não é apenas o conjunto de galáxias e sóis do universo manifestado, é numa dimensão ainda mais sutil o Grande Vazio, a serenidade absoluta, o cessar de toda manifestação.
Mais ou menos como se o princípio da vida fosse um oceano sereníssimo, enquanto a manifestação seria uma onda que surge. Há vertentes que até dizem que o princípio que sempre "É" seria a força masculina do universo, e quando essa energia gera movimento e se manifesta na realidade mais densa seria, então, a força feminina. O masculino, a força. O feminino, o movimento.
Atrás de todos os espelhos - Mas voltando aos espelhismos, é impressionante pensarmos que, ao levantar de manhã, já estamos gerando karma, e será assim até o último minuto de nossas vidas. Não tem jeito. É da mecânica desse Plano onde estamos manifestados agora. Aliás, provavelmente também estamos manifestados em outras dimensões nesse instante mas nossa mente material e egóica, densa que é, só alcança esse andar de consciência.
Sabemos que nossa vibração pessoal atrai pessoas e fatos, a vida que estamos levando agora é a vida que configuramos no passado. E a realidade externa funciona como um grande palco didático repleto de espelhos que nós mesmos criamos e mal percebemos que a rede de fatos que nos rodeia é a gente mesmo em outros padrões de manifestação.
Então, cuide o foco, preste atenção no que você está desejando e atraindo, pense muito bem em suas escolhas. E saiba que a verdade mais definitiva, a felicidade e o nirvana estão lá, silenciosos, serenos e muito quietos atrás de todos os espelhos de nossas vidinhas.